25 de fev. de 2016

SENTA A PÚA – SÉRIE ESPECIAL – REVOLUÇÃO SE FAZ COM ATITUDE

Celebrando 6 anos de história, o Blog Roraimarocknroll revisita nessa série especial de 7 episódios a sua trajetória, relembrando os fatos marcantes do rock roraimense que fez do portal a maior referência em conteúdo rock do extremo norte do Brasil. 

Por Victor Matheus – www.roraimarocknroll.blogspot.com

O que o ser humano é capaz de construir em seis anos? Concluir uma faculdade? Viajar por todo o mundo? Gravar um disco? Fazer turnês? Escrever um livro? Criar um filho? Construir uma família? Se este ser humano for este blogger true rocker lóki, a resposta é sim. Tudo isso e muito mais, bicho! 

Quando uma data especial se aproxima, inevitavelmente fazemos um exercício de reflexão, autocríticas e buscamos novos horizontes. É assim quando chega o seu aniversário, um feriado específico, a ceia de natal, a balada do ano novo, ou o fim de um relacionamento. Cada experiência em nossa vida empurra nossa roda do carma para o caminho do bem ou do mal, dependendo de nossas atitudes. 

Créditos: Poliana Silvestrini
A estréia oficial da banda Veludo Branco como power trio
aconteceu em setembro de 2007 no Festival Beradeiros, em Rondônia.

Nem sempre fui este homem pacífico e em paz com o mundo. Olhar no retrovisor da minha existência, especialmente nos 16 anos que atuo como produtor cultural, blogger e artista, é embarcar numa viagem de montanha russa, com altos e baixos, alguns tropeços, muitos acertos, algumas tristezas e muitas alegrias e emoções registradas por aqui. São lembranças de uma vida inteira de devoção ao rock, condensadas em textos, fotos, vídeos, experiências incríveis e memórias latentes e emocionantes que guardo com carinho. 

Créditos: Bernie
Veludo Branco numa jam session incendiária com a banda paraense Madame Saatan
no Festival Tomarrock 2009, realizado no templo do rock roraimense, o Sesc Centro

Nesse tempo desenvolvi um peculiar costume de colecionador. São várias as coleções construídas ao longo do caminho. Um enorme banco de dados de imagens, vídeos, cds, camisetas, flyers, e variados souvenires do rock roraimense, suficientes como fonte para o livro que escrevi há um tempo sobre o Rock de Roraima e quem sabe um dia, muito em breve, se houver patrocínio, será publicado. 

Com o ídolo Dado Vila Lobos da Legião Urbana em 2010
no backstage do Roraima Sesc Fest Rock, produzido com muito orgulho pelo blogger

Também colecionei alguns – para ser modesto – mas sendo sincero e direto, muitos, dezenas, talvez até mesmo centenas de inimigos por conta de minhas opiniões, minha postura, meus artigos, críticas, e minha sede inesgotável de justiça e da verdade dos fatos. É fácil compreender o que escrevo. Os mais de mil comentários e duzentos mil acessos deste blog sintetizam bem isso. 

*Créditos: Saulo Oliveira
Reverenciando os deuses do rock no Roraima Sesc Fest Rock 2008
a primeira edição do festival no Ginásio do Sesc Mecejana

As publicações, especialmente dessa coluna são outra grande fonte para confirmar minha atração por admiradores e desafetos (risos). Outro dia conversando com um amigo, chegamos à conclusão que no fundo e na real, as pessoas me amam! É isso mesmo bicho, me amam, patologicamente... E sabe porquê? Você só odeia aquilo que te incomoda, aquilo que lhe tira o equilíbrio, aquilo que você gostaria de ser... Inveja? Admiração? Recalque? Quem sou eu pra julgar? Não me importo! Um mito se constrói com histórias reais, mas também com falácias e inverdades. O tempo mostrará se estamos certos no que acreditamos e o que defendemos de ideais. Ainda assim saibam todos, miguxos, eu os perdôo, de todo coração e compaixão! 

*Créditos: Saulo Oliveira 
No palco Velia Coutinho pelas lentes do amigo Saulo Oliveira
no encerramento do show da Veludo Branco no Grito Rock Boa Vista 2010

A verdade é que a maior coleção de todas nessa jornada, foi a de amigos e emoções. No meu seleto e espetacular grupo de amigos pessoais, que cabem apenas numa das mãos, tenho tudo que preciso para ser feliz em fraternidade. Ainda assim, é delicioso ser parado em algum lugar por um desconhecido que de espontâneo chega até você e diz “Cara, adoro a sua coluna, leio sempre. Parabéns pelo trabalho”, ou algo do tipo “Mano, tua banda é muito massa, aquela música maldita ressaca é a mais legal de todas...” e ainda “Brother, tu viu que falaram de ti e bla bla bla?”. Isso me faz crer que todos somos especiais, que sou ouvido, visto e vigiado (infelizmente) e que de alguma maneira mudamos a vida das pessoas, e consequentemente mudamos o mundo, a nossa cena musical, a nossa casa. 

Fazendo um som no programa de rádio Alta Frequência em Manaus

É por isso que estamos aqui e agora, mais fortes do que nunca, maduros e inspirados com novos sonhos e projetos para o presente. Por conta desse sentimento natural de revolução que habita na consciência de um sagitariano, ascendente escorpiano, agora mais sereno e em paz, que revolucionamos o rock de Roraima para sempre com o Blog Roraimarocknroll. Fizemos história, e ainda faremos outras por aqui. 

*Créditos: Saulo Oliveira
Show antológico da Veludo Branco no Parque Anauá em 2010
e um dos últimos com a primeira formação

Ao longo do caminho vi muita banda nascer, ganhar certo brilho e desaparecer na cena rock roraimense. Também conclui com convicção absoluta que muitas delas se perderam no caminho por imaturidade, por envolvimento com pessoas de índole duvidosa, por ego, e também porque ficaram de saco cheio de sí, e do contexto cultural que estavam inseridas. Até ai tudo normal, afinal histórias tem começo, meio e fim, mas quando revisamos o passado, fica aquele sentimento estranho de que muitas delas poderiam ter brilhado muito mais se não tivessem desistido dos sonhos no meio do caminho. Poderia citar fácil cinco delas aqui, mas como tudo que digo e faço gera polêmica, vamos evitar nomes próprios. 

*Créditos: Canoa Cultural
Veludo Branco no Dia Mundial do Rock 2015 na praça do Mirandinha

Sobre sonhos, passado, presente e futuro é que se trata esta série especial, em sete episódios, da Coluna Senta a Púa. Vamos embarcar numa viagem cheia de naftalina e trazer à tona de volta o passado, para que agora, depois do opala branco ter rodado muito na trilha do asfalto, analisar o que ficou de melhor em nosso caminho levando o nome do rock de Roraima para o mundo. 

Veludo Branco e a inspiração maxima Arnaldo Antunes 
antes do show de abertura na UFRR em 2012

Já dizia um som de uma das bandas de hardcore que mais curti na minha adolescência e que muito toquei na minha primeira banda, a PaPa VeLHas, nos saudosos anos de 2001 à 2004: “O mundo dá voltas, não posso mais parar, é só correr atrás, nem tudo mudou, não quero mais pensar no que ficou pra trás, e nada faz voltar...” Mas ainda assim é uma delícia recordarmos.

Continua...

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