13 de ago. de 2013

REVISTA ROADIE CREW DESTACA BANDAS DE RORAIMA NO FEST ROCK


por Victor Matheus – www.roraimarocknroll.blogspot.com

A 9ª Edição do Roraima Sesc Fest Rock entrou definitivamente para a história do rock roraimense como o maior festival de rock promovido acima da linha do equador. Pela primeira, o festival contou com a cobertura da mídia nacional através da revista de heavy metal mais conceituada do Brasil, a ROADIE CREW. O Editor Chefe da publicação, AIRTON DINIZ, veio pessoalmente à Roraima para fazer a cobertura do Festival, que este ano contou com show de 14 bandas locais, mais bandas convidadas e a atração nacional, e maior banda de metal do Brasil, o Sepultura.

Na Edição de agosto da revista, Airton Diniz destacou em seu editorial o IX RORAIMA SESC FEST ROCK, sua passagem por Roraima, e a banda roraimense A COISA. O blog reproduz o editorial a seguir:

Editorial da Revista Roadie Crew - Ed. Ago/2013 - Mr Gal e Airton Diniz #lastro

“Uma das coisas mais prazerosas que essa atividade de editor da ROADIE CREW tem me proporcionado é a possibilidade de viajar pelo Brasil e conhecer de perto a cena Rock/Metal das mais diferentes regiões desse nosso país continental. Sempre que possível temos a participação de algum representante da revista em eventos que ocorrem fora de São Paulo onde estamos sediados, e quando sou eu o escalado para a cobertura isso me faz um bem danado. Cada viagem deixa uma marca, tem uma nova descoberta e, principalmente, amplia meu rol de amigos com pessoas que têm a mesma paixão que eu pelo Heavy Metal e o Rock em geral.

Isso tem acontecido de Norte a Sul, normalmente em festivais que recebem atrações nacionais vindas de outras regiões e, em alguns casos, até artistas internacionais. Mas um fato que é muito importante é que esses eventos reservam espaço para as bandas locais, o que permite às pessoas quem venham de fora tomar contato com grupos que atuam basicamente no âmbito regional. Já testemunhei também o aparecimento de algumas gratas revelações nas seletivas que organizamos do “Metal Battle”, sempre com participação exclusivamente de bandas locais nas etapas regionais, e essa é uma das maiores motivações para que mantenhamos planos de estruturar um novo festival nos moldes do “Metal Battle”, com aperfeiçoamentos e condições mais favoráveis, especialmente em favor das bandas participantes.

Foram muitas as surpresas positivas nesses anos todos, e isso se repetiu novamente por ocasião da minha visita a Boa Vista para cobrir o “IX Roraima SESC Fest Rock”. Tive oportunidade de conhecer vários músicos locais do mais alto nível e constatar que depois dessa minha “estreia” em Roraima, eu não poderia deixar de confessar a frustração pela minha ignorância, mantida até esse final de semana em que se comemorou o Dia Mundial do Rock, por não ter conhecido antes uma banda chamada A Coisa. Essa “coisa” que começou a ser germinada em 1987, com o Galdino Pinho Cavalcante, hoje professor de história na rede pública estadual, e seu parceiro Marcelo Marques (falecido em 2007), amigos desde os tempos de estudantes nas aulas de psicologia e filosofia. Diz a lenda que A Coisa se materializou na forma de banda a partir de 1996 e consta que gravou o primeiro álbum só em 2005. Seu trabalho é desenvolvido sobre uma base musical bastante variada, com composições no mais puro Rock ‘n’ Roll, outras no autêntico Heavy Metal, outras no Blues, e a criatividade ainda permite que tenha no repertório serenas baladas e até provocativas músicas bregas. Tudo isso apimentado com letras de forte conteúdo de contestação, salpicadas com palavrões que se encaixam tão bem no contexto que, por mais cabeludos que sejam, só soam agressivos para quem é alvo das críticas. E tem mais, seu show é muito mais que um concerto musical, é um teatro com comédia e drama ao mesmo tempo. Irreverência com consciência. Imperdível!

Será que alguém já viu “ess’A Coisa” em algum programa de TV em rede nacional? Certamente não. Azar de quem nunca teve a chance de viajar até Boa Vista para assistir a um show dessa artística trindade: o Professor Galdino, ou Mr. Gal, ou simplesmente A Coisa. Um privilégio dos roraimenses.” 

O IX RORAIMA SESC FEST ROCK também foi destaque da sessão LIVE EVIL, com uma extensa e detalhada resenha de todo o festival. Airton Diniz afirma na resenha que o show da banda A COISA no Festival já pode ser considerado o melhor show do ano, em sua opinião. Outras bandas locais também receberam destaque na resenha. O Blog reproduz a seguir a resenha dos shows das bandas locais que foram destaque do Festival, na visão de Airton Diniz: 

VELUDO BRANCO


“Pontualmente as 20h, o VELUDO BRANCO iniciou sua apresentação no Tepequém. Trata-se de um power trio de respeito, formado pelo paulista Cesar Matuza na bateria, o potiguar Paulo Henrrique Veludo no baixo e o gaúcho Victor “Mr Gonzo” Matheus no vocal e guitarra, e que mostrou um set que mexeu com o público, muita atitude e letras (em português) criativas. Para quem não os conhecia, como eu, foi uma agradável surpresa.”

RECLIVE


“Por falar em “agradável surpresa”, o show seguinte foi da banda RECLIVE, no Pedra Pintada, e também deixou ótima impressão, principalmente a vocalista Daiane. Com uma movimentação perfeita e graciosa no palco, além de uma linda voz, ela canta como se fosse a coisa mais fácil do mundo, sem fazer o menor esforço. Completam o grupo com muita competência a baterista Rosita, o guitarrista Wellington e o baixista Will.”

A COISA


“As 21h20, acenderam-se novamente as luzes do Tepequém e foi aí que quase fui nocauteado. Começou uma apresentação que, posso garantir, apesar de ainda estarmos em julho, já está escolhido como o melhor show do ano para mim. Na verdade, o melhor show em alguns anos! É muito difícil encontrar palavras para descrever o que tive o privilégio de ver e ouvir nesse espetáculo grandioso, proporcionado pelo professor Galdino, ou Mr Gal, como ele prefere ser chamado, e sua banda, definida simplesmente como A COISA. E não é “pouca coisa” o que esse GÊNIO cria e interpreta no palco, a começar pela temática abordada em suas letras inteligentes, extremamente críticas, que tocam de forma direta o dedo na ferida aberta dos problemas políticos e sociais, da corrupção, do preconceito e da hipocrisia generalizada que se esparrama em todos os segmentos da sociedade. Sua poesia é acompanahda por um fundo musical arrebatador, que tem o heavy metal na sua forma mais visceral como a base instrumental, mesclado com passagens de classic rock. Musicalmente é um espetáculo muito rico, de arranjos sofisticados, timbres perfeitos e adequados à sonoridade que cada uma das músicas exige. Tudo isso executado por um grupo de músicos contratados , de muito talento, que inclui guitarra, baixo, bateria, teclado e backing vocals. 


(...) Mas, não fica só nisso. Além das letras, além da música, o show D'Acoisa apresenta mais um componente que impressiona: o visual, com suas performances teatrais, com Mr. Gal se utilizando de diferentes figurinos e vários acessórios que servem de ilustração para a interpretação de cada texto inserido nas suas músicas. É, não sei se consigo explicar o que significa assistir a um show do Sr Galdino, professor na rede pública de Roraima, mas fica a sugestão a quem se interessar para que viage a Boa Vista para o próximo “Sesc Fest Rock”, com certeza não vai se arrepender.”

DITAMBAH


“Com um atraso de cerca de 40 minutos para o início dos shows, o primeiro grupo a se apresentar no domingo no palco Pedra Pintada foi o DITAMBAH. A banda foi formada recentemente, mas traz músicos experientes da cena local, com o poeta Rodrigo Mebs nos vocais, Alexandre Horta na guitarra, Cesar Matuza na bateria, Jorge Hollanda no baixo e a participação de Cláudio Lavôr nos teclados. Fica claro que todos tem um “background” respeitável, e o som do DITAMBAH combina perfeitamente a poesia nas letras, o Rock n' Roll “roraimado” e o Heavy Metal, e com muito bom gosto.”

IEKUANA


“Poucos minutos depois das 20h, já com recuperação parcial do tempo de atraso, subiu ao palco principal a banda IEKUANA, que desfruta de grande prestígio no metal roraimense, e faz um trabalho que visita diversos segmentos do som pesado, passando por heavy, death, trash e até mesmo o punk, tudo com uma sonoridade moderna e com uma mensagem de protesto que manifesta indignação com as falcatruas perpetradas pelos donos do poder. Stallyn Buckley (vocal), Dant Alighiere (Baxo), Rhayder Abensuor (guitarra), e Leonidas (guitarra) e Rímulo Pina (bateria) são os integrantes da Iekuana.”

GARDEN


“Por volta das 21h30 teve início o show da banda GARDEN, um dos grupos mais conceituados de Boa Vista e que participou da criação do “Fest Rock” em 2001. Integrada por Sidarta Brasil no vocal, Rodrigo Baraúna na guitarra, Neto Baraúna no baixo e Nequinho Amaro na bateria, mesmo contando com “line-up” de headbanguers convictus, faz um som na linha Pop Rock, mas de qualidade muito superior ao que se ouve nas bandas deste estilo que atuam no “maistream”, e provam que para fazer um bom rock n'roll bastam três instrumentos e um vocal competente.”

O leitor concorda com as impressões do jornalista Airton Diniz? Deixe seus comentários na publicação. Participe. Divulgue. Apoie a cena rock roraimense.

Fecha a conta.

2 comentários:

Anônimo disse...

E o que ele falou da "pior banda" do fest rock?

Cesar... disse...

acho que ele não destacou a pior, hehehe.. foram essas as resenhas detalhadas, a outras apenas foram citadas..