1 de set. de 2011

COLUNA FALO MESMO: História do Rock - Parte 3


por Ellen Carmaine*

A HISTÓRIA DO ROCK - PARTE 3

E as pedras rolaram na Inglaterra. Muitos grupos ingleses também fizeram sucesso no mundo! Grupos como os Rolling Stones e The Who marcaram os anos 60. 

O nome veio de uma música de Muddy Waters - rolling stones gather no moss (pedras que rolam não criam musgo) - e assim nascia Rolling Stones, fundada pelo guitarrista Brian Jones. O vocalista, Mick Jagger tornou-se líder após a saída de Jones. A influência negra é uma das marcas do grupo, além da sensualidade e uma certa androginia, características da performance de Jagger. Polêmica e, também, contestadora, um dos maiores sucessos da Rolling Stones foi e, depois de décadas, ainda é, é a música (I Can't Get No) Satisfaction.

Outra banda que merece destaque no cenário roqueiro da mesma época é The Who. A banda conseguiu unir a busca pela sinestesia e a sensualidade na ópera-rock "Tommy". O que mais caracterizou The Who foram as suas performances. Antes de Nirvana detonar seus instrumentos, The Who o fez isso primeiro. Esse costume se tornou comum entre as bandas rock posteriormente e isso tem uma explicação. Segundo estudiosos das manifestações culturais de antigas tribos, a raiz desta atitude dos artistas de rock está no potlatch.


O potlatch é uma prática das sociedades primitivas que consiste na troca ou destruição de bens pelos chefes dos clãs ou da tribo. O líder afirma com esse gesto sua independência, mostrando maior capacidade de retribuir do que de receber. (…) desafia assim os chefes de outras tribos a negarem, como ele, a riqueza, recolhendo desse ato de aparente autodestruição um prestígio político imenso, e reforçando sua imagem junto aos seus. (MUGGIATI, 1985, p. 100).

E isso era aceito pelo público, o que mostrava uma nova forma de comunicação entre a banda e a platéia de seus shows. Daí, nascia o famoso Hard Rock, por ser um estilo mais pesado e sofisticado e com atitude.


Nesse contexto, começaram a surgir guitarristas que herdaram o virtuosismo de Hendrix, como Eric Clapton e Jimmy Page. Clapton fez parte da banda Cream, que se preocupava mais com a elaboração instrumental, isto é, muitas melodias e solos de guitarras bem trabalhados. O grupo alcançou níveis sonoros de uma orquestra apenas com o som de estúdio, algo inédito naquela época. Com isso, Cream teve grande repercussão, tendo o álbum "Disraeli Gears" como o mais vendido nos Estados Unidos. Já Jimmi Page, tocou inicialmente, com The Kinks e Joe Cocker. Também integrou o grupo Yardbirds (que posteriormente se transformaria no led Zeppelin, nos anos 70), a convite do guitarrista Jeff Beck. Eric Clapton também havia passado pela banda, o que caracterizou-a como a banda de grandes guitarristas. Page influenciou muitos guitarristas nas décadas seguintes e se utilizava das escalas de bles para compor músicas de rock.


Antes da virada anos 60/70, se firmar como a época de novas revoluções musicais, veio a sagração da contracultura: o Festival de Woodstock. Entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969, após os acontecimentos políticos de 1968, o festival representou a convergência cultural do movimento hippie. Em um grande campo aberto, em White Lake, New York, cerca de 500 mil pessoas viveram três dias de "paz e amor", embaladas pelo som dos maiores artistas de rock.

O ingresso para um dia de Woodstock custava 7 dólares, mas a maioria do público quebrou as cercas e entrou sem pagar nada. Joan Baez, Janis Joplin, Jimi Hendrix, The Who, Grateful Dead, Joe Cocker, Creedence Clearwater, Jefferson Airplane, entre outros, se apresentaram a uma multidão que aguardava o sonho hippie ser concretizado. Na realidade, os que vivenciaram os três dias de festival, "saíram de lá sentindo-se ungidos de santidade, como seres privilegiados de outro planeta, superior" (MUGGIATI, 1985, p. 45). O evento foi documentado em um filme de mais de três horas de duração, dirigido por Michael Wadleigh.

Mas, o sonho acabou.



Após os assassinatos da atriz Sharon Tate (mulher do diretor de cinema Roman Polanski) e do casal Labianca, cometidos por fãs hippies fanáticos, seguidores da seita liderada por Charles Manson, abalando o mundo e ajudando a exterminar o movimento hippie nos Estados Unidos. "Misturando Bíblia e Beatles em sua imaginação distorcida, Manson lhe dava uma interpretação altamente pessoal, em que se via como o agente de um novo Apocalipse" (MUGGIATI, 1985, p. 49). Tanto na casa de Sharon como do casal Labianca, foram encontrados inscrições a sangue nas paredes. No último caso, as palavras PIGS E HELTER SKELTER foram escritas com o sangue das próprias vítimas na porta da geladeira. As palavras são alusões a duas cançoes dos Beatles: Piggies e Helter Skelter.

Além do desastre do Festival de Altamont, onde um dos membros do Hell Angels esfaquearam um jovem negro, o ex-guitarrista do Rolling Stones, Brian Jones veio a falecer, em 1968. O acontecimento antecipou a perda da tríade Janis-Hendrix-Morrison, já citada por aqui. Isso resultou em um grande desfalque para a música, fazendo da década de 60, a década mais triste para o rock. 

Fonte: Club Rock Brasil



*Ellen Carmaine é produtora musical da produtora cinematográfica da Camera Pro Films, guitarrista da banda Klethus e, nas horas vagas, gosta de navegar na internet garimpando novidades musicais.

3 comentários:

Cesar... disse...

Potlatch, nunca tinha ouvido falar, mas acho q o ato do Pete Towshand não teve nada a ver com issso. acho q é mais uma relação comparativa com esse ritual..

e a tríade de 60, Janis, Jim e Jimmy.. depois deles, nada foi tão bom no rock.. prova que se ouve até hoje as musicas feitas a quase 50 anos atras..

valeu, bom post ellen!

Cesar... disse...

ei po, cade a execução do lastro de atualização informativa musical bloguística ? vamos consolidar logo aí o lastro para atualização para demanda de visibilidade dos leitores.

Aproveitando a oportunidade, estou demandando aqui oficialmente a autorização de lastro de permissão para publicação de coluna própria para entretenimento público com objetivo de consolidação executiva de informação pertinente ao ambiente de lastro musico-artistico independente local.

sacou? heuahuea

Anônimo disse...

rapaz...me sinto culto depois de tanta informação preciosa... parabéns por não contribuir, simplesmente, com porra nenhuma...