15 de ago. de 2011

BLOGGER NA ESTRADA: CONHECENDO OUTRAS CENAS - PORTO ALEGRE - PARTE 2


Por Victor Matheus - Blog Roraimarocknroll

O Blog Roraimarocknroll embarcou essa semana numa viagem cultural ao outro extremo do país, mais precisamente para Porto Alegre, Rio Grande do Sul, e compartilha agora a segunda parte das experiências que está vivendo na capital dos pampas, berço de uma identidade cultural ímpar e frio de fazer doer até os ossos.

A história do rock gaúcho dispensa apresentações, mas não custa nada refrescar a memória para os leigos no assunto. Daqui nasceram bandas pops como Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, o rock dos Cascavelletes, TNT e Tequila Babe, a psicodelia de Júpiter Maçã e punk de Wander Wildner, e na última década, o Cachorro Grande, este último tocando recentemente em Boa Vista, além de dezenas de outras bandas boas, que não atingiram o maistream, mas se mantém firmes e fortes no underground gaúcho e na memória dos amantes da cena rock mais inglesa do Brasil.

Cheguei cedo à cidade Baixa, e tratei logo de começar os trabalhos etílicos já que o show dos Walverdes no Jekyll começaria lá pelas 22h, e recém eram 19h. Encostei num bar chamado Jardim Elétrico – Jazz e Blues, e tratei de enxugar de cara 2 litrão de cerva sozinho, curtindo Muddy Waters no telão, e acompanhando movimento das pessoas que passavam pela rua. Só pra frisar – ô lugar de mulher bonita e gostosa! - Lá pelas 22h cheguei no pub Dr. Jekyll para curtir as quartas Locas do Jekyll, com os veteranos Walverdes, comemorando 18 anos de estrada, com abertura dos Hangovers.

Hangovers - power trio instrumental nada ortodoxo 

Com o “pequeno” atraso de 3 horas, o power trio instrumental Hangovers abriu os trabalhos musicais da noite. Um frio de lascar, de doer os ossos fez o público se achegar na frente do pequeno palco do pub. O power trio apresentou uma formação pouco ortodoxa, com uma baterista e dois guitarristas. A estranheza fica só no início do show, porque ao começar o som, absurdamente alto por sinal, a pegada grunge fez todo mundo banguear. Comigo não foi diferente. Já tinha perdido as contas das cervas enxugadas, o que colaborou para o estado de graça. Um show curto, honesto que preparou o público para a tratorizada que viria a seguir. 

Com 18 anos de estrada, o stoner grunge rock dos Walverdes faz bem aos ouvidos de quem curte música pesada, com letras legais e afinações baixas. Simplesmente tratorizaram do início ao fim do show, sem dar tempo de respirarmos ou beber mais uma cerveja. Fim de papo. Depois de 2 horas de som a festa tinha acabado. O corpo tomado de álcool, ouvidos zunidos, um frio absurdo que me fez bater o queixo, me obrigando a tomar uma dose de cachaça, e a satisfação de curtir uma boa festa rocker me deixaram satisfeitos. Só me restava voltar para o hotel, desmaiar na cama e me preparar para o dia seguinte.

Almoço no mercado público municipal 

Acordei com aquela ressaca típica: Cabeça girando, sede intensa, uma larica insana e pouca vontade de ficar deitado. Não sei como acontece com outras pessoas, mas quando bebo além da conta, geralmente durmo pouco o que nesse caso foi muito bom. Almocei no mercado público, e pra fazer uma comparação gastronômica, pedi no cardápio filé de tainha, peixe da região. Fica mais uma dica, vale mais a pena comer o clássico A lá minuta, ou mesmo um Xis que compensa pelo preço e sabor. Tainha não chega nem aos pés do nosso bom tambaqui na brasa. Isso é fato.

Após o almoço dei o que chamam aqui de “banda” pelo centro. Traduzindo: Banda = Volta, passeio, caminhada. Aproveitei o passeio e fui resgatar meu ingresso do Pearl Jam. Se o show underground da noite anterior já foi bom demais, imagina conferir os gigantes de Seattle em novembro, como será? Estou ansioso!

Apreciei mais um pouco da paisagem cultural e a arquitetura. Resolvi pegar o Trensurb e passear pela grande metrópole. Ao chegar à noite, rumei a uma lancheria famosa daqui, a Lancheria do Parque, na avenida Osvaldo Aranha (recomendo). Jantei uma famosa torrada. Encontrei um amigo das antigas e tratamos logo de tomar umas cervas, que acabaram sendo muitas. Lá pela meia noite, já torto, resolvi ir a uma famosa casa de show, claro, na cidade baixa, o Opinião. Haveria ali o show dos paulistas Mato Seco, banda das boas de reggae.

O reggae roots do Mato Seco (SP) 

Todo show de reggae é sinônimo de que? Claro, além de muita brisa de maconha, um clima de paz e amor, onde algo em torno de duas mil pessoas curtiu um showzasso roots de uma das bandas que carregam o reggae, em sua essência, para os quatro cantos do Brasil. Mato Seco transformou o Opinião num palco para se comungar o amor, boas vibrações e um sentimento de união que deve ser exemplo para outras bandas do gênero. Logo em seguida ao show, ainda encontrei outro bar bem legal e minúsculo, chamado Casa da Praia Bar, e pela primeira vez me lembrei de Boa Vista. Em resumo, banda cover, tocando o de sempre, de Rappa a Seu Jorge. Dispensei. Tracei um cachorro quente na esquina e já vendo o dia amanhecer, me rumei de novo ao hotel.

A sexta feira chegaria com mais um tour etílico cultural, para fechar a semana e a primeira parte da minha viagem e é claro, imprevisto que às vezes acontecem, alguns micos e boas risadas. Mas isso fica para a terceira e última parte da história.

Continua...

11 comentários:

Fabio Gomes disse...

Maravilha, hein, Victor, tou eu aqui matando as saudades de Porto Alegre por tabela através de seus textos.

Só um adendo, meu brother, pra quem não é gaúcho: as famosas 'torradas' citadas no texto são chamadas 'misto quente' nos outros estados do Brasil.

Grande abraço, tchê!

Sofia disse...

Olha só, o Sr Matheus contando suas aventuras por aqui. Sua trilogia me parece muito boa, em detalhes, nos faz perceber e até mesmo sentir o que é essa grande cidade.Sua descrição dos fatos é muito boa, mas como na maioria das suas histórias, uma pitadinha de fantasia não poderia faltar.. tsc tsc tsc..
ansiosa pelo ultimo capitulo, principalmente das suas noites ladeadas de embustes!

Anônimo disse...

Sofia; gosto mesmo de vc, sendo homem ou mulher, e o melhor é que vc elogia o matheus mesmo achando ele um dos caras mais otarios da city!

Vamos a uma rápida enquente:

Quem fantasia mais, matheus em seus textos e suas fantasias ou o canoa resenhando o fest rock e dizendo que foi tudo foda e recorde e blábláblá?!

Sofia disse...

kkkkkkkkkk, olha só...vc anônimo, tem certeza que deseja abrir um bate-papo sobre isso aqui? se vc é um dos leitores sabe q o povo 'politicamente correto' não curte muito falarmos sobre outros assuntos nos comentários, chegam até mesmo a dizer que estamos baixando o nível! Eu fico a imaginar o que esse tipo de gente conceitua como espaços para comentários e criticas! mas vamos lá..
se é pra falar de fantasia ou mentiras, quem mais se destaca é o Matheus! ora vejam só..as melhores mentiras são aquelas q comovem o maior número de pessoas..
eu poderia conversar com vc caracteres e mais caracteres sobre o assunto, mas é claro que os politicamente corretos se entendiariam! tsc tsc tsc..agora diga vc, anonimo.

Cesar... disse...

Só pra acrescentar mais duas emblemáticas bandas.. vc esqueceu de dizer que Wander Wildener era dos Replicantes, banda de punk rock dos 80, dona do crássico "Surfista Calhorda"..

e do DeFalla, do esquizofrenético Edu K ...

Ótimas bandas , mas são tão desconhecidas do grande público como o Golpe de Estado, 365 e Violeta de Outono de Sampa.. infelizmente

Cesar... disse...

Inclusive no video clip de "Repelente" do DeFalla, vi pela primeira vez a citação da iguaria Atum + Leite Condensado.. que posteriormente provei e aprovei.. e recomendo.. Atum, coberto com Leite condensado em uma torrada .. nhami!!

Nathalia disse...

Atum + Leite Condensado

ARG!

K' Freire disse...

Pra continuar não saindo do contexto...

Pense numa pessoa gente fina, é o Wander Wildener. Puta cara brother. (:
Deveria vir pra BV um dia!

História legal, dá pra ter uma boa e clara ideia de como é uma partezinha dessa grande cidade.

E, eca Cesar! ¬¬
Tua mãe deveria te falar: tira isso da boca, menino nojento!

Cesar... disse...

huahau, vai experimentar .. depois vc critica =)

pra voltar ao foco.. otimas lojas de sebo em Porto Alegre, gastei muito comprando vinis quando passamos por lá !!

Anônimo disse...

porra pearl jam é docaralho. deve ter gente se mordendo de inveja por aqui desse ingresso. kakaka. valeu mateus, bom show ai.

K' Freire disse...

Nunca!