1 de set. de 2010

Veludo Branco – Festival Megafônica 2010 – Parte 1


Meu caro, se há 10 anos atrás alguém chegasse para mim e dissesse: “terás uma banda de rock n’ roll, viajarás pelo norte do Brasil, tocarás em Belém, e terás um show foda por lá!” eu sinceramente riria na cara desse sujeito. Pois bem, como isso nunca aconteceu, e hoje a profética frase se transformou em realidade, posso lhe dizer caro leitor, Belém é foda!
Vou deixar meu breve relato in loco de nossa estadia de 4 dias, abordando um lado mais pessoal e de bastidores do que foi nossa passagem pela terra do Calipso, do TechnoBrega e do público mais rock n’ roll que já tocamos até então.

Na verdade, toda essa história começou em Macapá, com nossa participação no Festival Quebramar 2010. Ao retornarmos a Boa Vista, recebemos o convite do Coletivo Megafônica para participarmos do 1º Festival Megafônica, e segundo o que capitei nos ares Beleenses, foi nossa performance no Quebramar que cativou os organizadores do Festival. Esse convite veio bem a calhar, pois eu já estaria em Belém para participar do Congresso Fora do Eixo – Etapa Norte, junto ao coletivo Canoa Cultural. Esse fato demonstra claramente como os deuses do Rock conspiram ao nosso favor, ou será apenas uma boa coincidência?

Para nosso show em Belém, não poderíamos contar com a formação completa da Veludo, pois nosso baixista teria outros compromissos profissionais na mesma data. Por conta disso, convidei um velho amigo das antigas, Artur Guilherme para dar essa força no baixo. Fizemos 2 ensaios rápidos, e como já havia uma química musical entre nós, foi como voltar aos velhos tempos de rock n’roll que fizemos juntos. Aproveitamos o encontro para resgatar uma saudosa música que compusemos juntos nos tempos de Mr Jungle, chamada “Fazendo Rock N’Roll”, dando uma pegada mais vintage e swingada em relação a versão original, que é mais linear ao melhor estilo AC/DC. Disse assim “vamos levar Fazendo Rock N’Roll mais pro espírito Led Zeppelin, James Brown, algo mais quente como a gente – risos”. Foi instantâneo. O arranjo veio tão naturalmente que parece que a música sempre foi tocada assim.


Passagens compradas, Cesar Matuza e eu chegaríamos dia 26, uma quinta feira, enquanto Artur somente no dia do show por conta do seu trabalho e estudos. Fomos recebidos pela equipe de atendimento do Coletivo Megafônica, e devido a logística, nos receberam com transporte solidário (devo dizer também que o percurso até nossa hospedagem solidária foi bem, digamos, cheio de adrenalina, por conta de nosso agradável motorista psicopata e gente boa que acabo de esquecer o nome – perdoem-me – lembrei (risos) Daniel)

Ficamos hospedados, a convite, no apartamento do amigo jornalista Raul Bentes, responsável pelo cerimonial do Festival, e da web rádio Independentes do Brasil. Desde já deixo aqui nosso agradecimento pela recepção que tornou nossa viagem mais agradável e memorável.


Almoçamos no Habib’s, e justifico porque em nossa cidade não há, e como somos viciados nas esfirras, não poderíamos perder esta oportunidade. Pela parte da tarde fomos ao Casarão Floresta Sonora, onde encontramos outros coletivos e coletivados e membros de bandas. Em seguida partimos pro Ná Figueiredo onde prestigiaríamos o pocket show do Festival com Bandas Locais. 


Dei uma entrevista para a MTV Belém , canal 25, onde falei sobre a Veludo Branco, o Coletivo Canoa Cultural e a cena do nosso estado. Me chamou muito a atenção o som do Dharma, e o fato do baixista me lembrar o Chaves, pois sempre que acabava a música e todos silenciavam-se, ele vinha com alguma pérola em resmungo (desde xingar o tecladista que não estava lá a outras coisas mais estranhas – risos)


A noite, nosso cicerone Raul e seu primo Andrei nos levaram ao Rock N’Roll Circus, lanchonete da cidade com sanduíches deliciosos com nomes bem sugestivos. Comemos e partimos para um pub chamado StudioPub, onde conferimos um show-tributo ao Led Zeppelin, com uma banda muito eficiente e um vocalista caricato que lembrava uma mistura de Dio e Daltrey, e as madeixas e timbre de voz de Plant.


Finalizamos nossa épica noite etílica no Subway, e nem preciso citar o grande mico do embriagado aqui que vos escreve, que ao chegar no local pediu um “xis salada”. É esse tipo de gafe que acontece com pessoas que não são acostumadas a grandes cidades e lugares diferentes para apreciar a gastronomia local de franquias.


Devido ao meu estado etílico pouco recomendável pela organização mundial de saúde, fui levado de maca para nossa hospedagem solidária. nem preciso dizer quantos engoves e caldos foram precisos para me reestabelecer pro dia seguinte neh?


Continua...